MEMÓRIAS DE INFÂNCIA
MEMÓRIAS DE
INFÂNCIA
Às
vezes fico pensando nas proezas de infância,
E
lembro, com saudade, do lugarejo de
outrora,
Que
ficava junto ao rio de curvas e reentrâncias,
Banhado
todos os dias pelo raiar da aurora.
A
minha casa ficava naquela vila pequena,
De
moradias bem simples e chaminés fumarentas,
Ao
final da rua grande que leva uma brisa amena,
Ao
lado de uma estrada no inverno
lamacenta.
A
moradia era grande de calçadas alpendradas,
Muitas
portas e janelas pra vila ficavam espiando,
Pois
estavam o dia inteiro com as bandas escancaradas,
E
o vento aproveitava para nelas ir entrando.
Bem
no meio de um terreiro, que tudo ali circundava,
Brotou
um pé de jasmim de muito boas floradas,
Que
tinha aroma agradável quando a brisa as balançava,
Deixando,
nas manhãs frias, toda a casa perfumada.
Um
grande pomar ficava, daquela casa ao lado,
Cajueiros,
pitombeiras, mangueiras e outras mais,
Eram
árvores bem grandes com todo aquele
galhado,
Que
hoje vejo: eram da vida, os seus maiores sinais.
Ao
longe o Tracunhaém, no qual tomei muitos banhos,
Nas
enchentes transbordava e espumando ele rugia,
As
suas águas barrentas nos davam medos tamanhos,
Causava
sempre um espanto cada enchente que se via.
Aquela
casa me lembra as brincadeiras de infância,
Minhas
irmãs e minha mãe, uma saudade que se
vai,
Lembra-me
um homem sereno, de bondade e sem ganância,
De
apelido engraçado, este homem era meu pai.
João
Coutinho de Amorim
(21/Julho/2001)
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