SERTÃO E SERTANEJO

O Sertanejo carrega em seu coração aberto,

Um ser solidário e gentil, amável e acolhedor,

Tem um sotaque só seu, com seu próprio alfabeto,

Isto o torna diferente principalmente em amor.

Carregando a alegria com um sorriso escancarado,

O seu coração é grande, do tamanho do sertão,

Não demonstra tristeza mesmo estando abalado,

E na sua simplicidade a todos estende a mão.

Mão calejada mas firme, afeita à ferramenta,

Corta árvore, planta milho e semeia o feijão,

Limpa da face o suor que às vezes atormenta,

Pondo sua vista turva, mas não turva o coração.

A asa branca ainda voa nas paragens sertanejas,

Mostrando que ainda se pode manter a vida fluindo,

Mesmo não tendo chuva e relâmpago que lampeja,

Ainda é possível viver com a invernada diminuindo.

É bem isto que nos diz o homem de tez queimada,

Pedindo que os políticos sejam mais arrazoados,

Cumprindo os prometidos para a terra abençoada,

Não desviando os recursos para ela destinados.

O sertão foi maculado mas ainda tem beleza,

A viola ainda canta, chorosa, alegrias e penar,

O caboclo pede a Deus pra acalmar a natureza,

Na sua voz se percebe que está a marejar.

Aquele céu que nós vemos como cobertor sagrado,

De manhã ele se queima parecendo um fogaréu,

E à noite ele nos mostra um manto todo estrelado,

É beleza sem igual que Deus lhe deu como véu.

Visite o sertão, conheça o sertanejo.

João Coutinho de Amorim

14/09/2013